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Sustentabilidade não tem hora marcada



Sustentar algo é fazer da forma certa, trabalhar para que as coisas sejam sólidas e durem.
Para isto é fundamental reciclar, reutilizar, renovar.

Por isso me preocupo com a repercussão e a responsabilidade de um evento como a Rio+20. 
A questão é que a sustentabilidade não pode ter hora  e data marcada, tem que ser atitude de todo dia, das pessoas, governos, empresas e instituições.

Não importa quem veio ou não, o que vale é o compromisso e o resultado das reuniões.
Criou-se uma expectativa tão grande  - a nível mundial - que vai ser difícil atender a esta demanda. O marketing em torno disso nos colocou dentro de uma armadilha.

A Rio+20 ou aquilo a que se propõe tem que acontecer mesmo é de forma diferente.  Todos os dias, semanas e meses, com decisões e atitudes concretas de governos e empresas. Isso é o que esperam os cidadãos.

Na mídia a sustentabilidade é linda, virou um grande argumento de marketing e com maravilhosas criações publicitárias. 

Enquanto isso, na prática a gente vê os mesmos erros de sempre.
Para quem acompanhou a Rio 92, o que era novidade na época, trazia grande esperança.
Depois de 20 anos, o  que damos como exemplo? 

Basta pensar no que estamos fazendo com  Código Florestal,  da discussão de Amazônia, Belo Monte e outras coisas do tipo.

A culpa desta situação toda e do nosso impasse não é de um ou outro. É de todos.
Enquanto não nascer e prosperar esta consciência coletiva, nada mudará.

A natureza nos ensina coisas de diversas formas. Às vezes branda, às vezes violenta e tragicamente.
É uma questão de escolha, não é mais ecológica e política, é uma questão de sobrevivência  de nós e do planeta.

Dentro de sua casa, de seu cotidiano, de suas palavras e ações.
Esta decisão na verdade é individual,  cabe na consciência de cada um, e não como resultado de um evento.

Esse e outros passam mas a outra mobilização, a que faremos no dia a dia depois é que vai determinar o futuro, desta e das  próximas gerações.

É hora mesmo de nos reciclar como pessoas e cidadãos.


publicado também no pontomarketing

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