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Criando Histórias e Jogos

Como escritor tenho aprendido muito na criação de um jogo de tabuleiro.
Sempre acreditei que criadores podem e devem buscar novos caminhos. A internet e as redes sociais permitem uma comunicação mais rápida entre as pessoas e mais espaços de expressão.
A tecnologia possibilita projetos que usem histórias com novos formatos e recursos, usando mídias variadas e se aproximando mais do público, com mais interação e diálogo.
Nunca foi tão fácil criar. Ninguém precisa de intermediários para produzir, editar e publicar. Só o que não muda é a relação autor/produtor e leitor/espectador.
Ainda é complicado mostrar suas ideias, ganhar espaço e visibilidade. Mas a paixão de fazer continua e mobiliza muita gente. Só isso explica o tempo que tenho dedicado ao desenvolvimento de um jogo de tabuleiro, tentando torná-lo real.
É um trabalho de longas pesquisas, de fazer e refazer, equilibrar vários fatores como criatividade, design custo e forma. E neste caso é preciso mostrar a cara e conversar com seu público, sentir a reação dos jogadores durantes os playtestes e procurar encontrar a forma final.
É como uma história que precisa ser muito bem contada. Existe uma ideia, um enredo, um cenário e personagens que vão atuar de alguma forma. O interessante é que o criador de jogos depende de um universo autossuficiente. Ele deve existir sem a sua presença ou interferência, com jogadores tomando conta das cenas e ad.
Quanto mais imersivo e criativo um jogo, mais envolvimento provoca nos participantes, o que cria um cenário de interação forte e emocional. Algo parecido a quando você lê um livro com temas e tramas que sensibilizam e transformam pelas emoções e ideias.
Muitas histórias que foram criadas e permanecem até hoje foram elaboradas por muitas vozes e versões, sem um autor específico. Contos locais que se tornam universais, capazes de sensibilizar, emocionar, transformar.
O ato de criar é assim, poderoso. Uma boa história continuará sempre tendo impacto independente da mídia ou formato.
Vá em frente. Fazer é criar.
@robertotostes

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