Nos últimos anos temos visto grandes empresas sumirem do mapa, algumas com décadas de existências ou centenárias, assim como profissões que se extinguem ou então passam por mudanças radicais.
Isso leva a uma grande questão que vale para empresas e profissionais, no que se refere à identidade, valores e proposta de vida.
As empresas tem algo a ver com as pessoas e vice-e-versa.
Lá no fundo de nós existe uma semente inicial, que é ao mesmo tempo nossa verdade e o motor que nos impulsiona todos os dias.
Mas em alguns momentos nos perdemos desta referência. Neste processo podemos simplesmente sair da estrada e demorar para retomar o caminho.
Quando os tempos são acelerados ou após muitas mudanças de curso isto talvez fique ainda mais complicado.
O banco do qual sou cliente já mudou de marca três vezes nos últimos anos e continua no mesmo lugar. Alguns dos funcionários ou gerentes ainda conheço. Não posso deixar de imaginar e tentar entender em tempos como estes, como manter a identidade, compreender o que sua empresa ou você mesmo se propõe a fazer e para quem.
Este questionamento é bom para todos, profissionais, pequenas ou grandes empresas, prestadores de serviço ou equipes de trabalho.
Não é um processo fácil. É como olhar dentro de um espelho e procurar não a imagem refletida que te repete com rapidez num reflexo de luz. Não, falo da imagem original. Da sombra inicial que está dentro e é sua essência.
Isso pode dar até um pouco de medo mas vale o desafio. É preciso mesmo respirar fundo e se olhar de uma forma desapegada, como se fosse outra pessoa olhando de longe.
Marca, imagem e identidade são referências de marketing e design mas valem também para nossos ideais de vida, perfis e carreira.
Ainda sou o que me propus a ser?
Para quem se sente inseguro, desmotivado, em crise ou insatisfeito, vale a pena fazer este caminho de volta e investigar sua própria origem. Se sua empresa também perdeu o rumo ou o foco, não se adapta a novos processos ou tomou um rumo diferente do que você imaginava, este exercício pode dar algumas respostas.
Por que voltar às origens?
Porque lá no fundo está a resposta que só você mesmo pode dar. De certa forma é conseguir afastar sua realidade atual e chegar lá no fundo da memória.
É marcar um encontro consigo mesmo e ser profundamente sincero, olhar nos olhos e escutar o que você tem a dizer a você mesmo.
A massa de modelar, a escultura inicial, o sonho, o rabisco, o esboço, a paixão, a razão de tudo, está tudo ali misturado.
Caminhos, pontos e nós de relações e decisões, sucessos , encontros, desencontros, emoções e fracassos, estão todos no mesmo bolo.
É um novelo de passado e futuro entrelaçado que só cada um pode destrinchar e ler.
Na hora que for preciso, procure as certezas na suas própria origem. É uma viagem de volta que vale a pena fazer para reencontrar as respostas que esquecemos e precisamos ouvir de novo. É a verdadeira linha do tempo para onde precisamos voltar de vez em quando.