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A Velocidade Que Nos Atropela


Para que tanta pressa?

Cada vez temos menos tempo para cada coisa. Ou pior, nos atropelamos, pois a velocidade é tanta que não fazemos nada direito.

Olhamos e-mail mas não lemos, no máximo olhamos o assuntos da mensagem.
Falamos com pessoas mas pouco as escutamos.
Compramos livros mas não lemos ou paramos após algumas páginas.
Folheamos revistas e mal lemos os títulos.
Vemos filmes ou coisas e logo as esquecemos.
Participamos de reuniões mas é como se não estivéssemos lá.
Trabalhamos muitas vezes sem perceber que não temos mais empenho, gosto ou sonho.
No trânsito sempre nos irritamos com algo ou com os outros, uma pressa de sair e chegar incessante.
Corremos de algo que nos persegue e nem sabemos o que é.
Sempre atrás de um futuro que desconhecemos e que só nos angustia por estar sempre distante.
Imaginamos que assim seremos mais rápidos, eficientes, objetivos, corretos.
É por aí que nos enganamos.

Como se tomássemos uma porção racionada de caos e vazio diluída em partes. Um veneno que vai nos engolindo aos poucos e deixando os nervos em carne viva.
Não temos tempo para parar e observar. Algo sempre nos espera, uma mensagem vibra,  um alarme toca, alguém nos chama  ou lembramos de um compromisso que esquecemos ou marcamos sem vontade de ir.
Estamos perdidos numa grande estrada que vai pro nada.
Raras vezes olhamos pela janela ou percebemos alguma presença ou emoção.

Para que tanta pressa?
Precisamos mesmo viver o momento e parar um instante.
Olhar e girar em volta dele.
Só assim veremos algo além do próprio ponto.
É isso e não é isso.
Se você chegou  até o final deste texto, para mim já é um começo.

@robertotostes


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