Pular para o conteúdo principal

EM TEMPO DE E-BOOKS É HORA DE LIBERTAR OS LIVROS


A Amazon divulgou que em 2010 sua venda de e-books superou a venda dos livros de papel.
Enquanto você sonha em comprar um e-book ou tablet vários livros que você leu estão perdidos pela casa ou encaixotados em algum canto.

Somos mais de 200 milhões de brasileiros, sendo que 80 milhões com acesso a internet. Já os leitores chegam apenas a 66,5 milhões e 1/3 deles não sabe dizer qual o último livro que leu. Dos livros lidos  66% estão na mão de apenas 20% dos leitores.

Computadores e e-books são difíceis de emprestar. Mas segundo dados oficiais a forma mais comum de ter acesso a um livro para a maioria dos leitores é o empréstimo (45%).

Livros são assim. A gente empresta, dá, ganha. Nos emocionamos com eles, descobrimos coisas novas. Podem trazer grandes mudanças, ajudar a vencer obstáculos educacionais e trazer atualização profissional.

Enquanto o país atinge a quinta colocação no ranking mundial de acessos à internet pela  telefonia celular, em leitura e compreensão estamos em 47° . O que fazer para aproximar universos tão distantes?

Vale então destacar um movimento espontâneo e independente que vem ganhando espaço em todo o mundo relacionado a livros e leitores.

 O Book Crossing foi criado em 2001 e já está em 130 países, com 6,2 milhões de livros e 852 mil membros. Sua idéia é deixar um livro em lugar público, para ser “encontrado”.  Para fazer isso basta cadastrar-se como usuário, registrar-se  o livro que você quer “libertar”, e então colocar uma etiqueta com a identificação nele. Existem locais específicos para “soltar” e “pegar” livros. E através do – código dado pelo site é possível acompanhar o percurso da leitura. 

É uma grande rede que se espalha de forma viral e se realimenta. Solto na web, este “viral” não morre nunca, se multiplica e divulga o hábito de leitura de forma infinita, conquistando leitor a leitor, livro a livro.

No Brasil ele ganhou um site próprio em 2008 e já está presente em vários estados com 7 mil participantes. O BookCrossing já tem lugares específicos para esta  “troca”,  já participa de eventos literários e a cada dia surgem novas formas de interação, bibliotecas, estações de metrô, em comunidades no Orkut , Facebook. É só  procurar e entrar neste processo sustentável de “ler” “registrar” e “libertar” . Você pode até criar “seu ponto de bookcrossing”.

E-books são bem vindos mas os livros de papel ainda tem um papel importante a desempenhar em países como o nosso. Quase todo mundo tem livro em casa parado ou esperando ir pro lixo. Que tal desocupar as prateleiras e “libertar” estes livros?

(Post publicado também na WebDialogos)
Fontes:
Bookcrossing Brasil
Dados sobre leitura:
Pesquisa Retratos da Leitura – Instituto Pró-Livro

Postagens mais visitadas deste blog

As Pequenas Grandes Qualidades do Twitter

Tudo tem sua forma e tamanho e proporção, conforme o ângulo, o olhar e o ponto de vista. Vejo o  twitter como algo efêmero e surpreendente. Sempre gostei dele por ser pequeno e grande. Por ser rápido, e na maioria das vezes,  sincero. E mesmo nos seus limites de 140 caracteres, dá e sobra para expressar sentimentos de todos os tamanhos. Ele pode ser tipo um fogo de artifício no meio da noite.  Pode ser também um suspiro após um longo vazio ou tristeza. Pode ser como uma lágrima brotando de repente no canto do olho . Ou uma risada solta, do nada, espontânea.  Pode ser também um grande eco, quando é instantaneamente repetido e retuitado por centenas ou milhares e pessoas. Nem sempre pela mesma razão ou causa. Às vezes se fala besteira mas faz parte. Mas quem diz assina e não pode voltar atrás. Ele é sempre mobilizador e provocativo, viral, barulhento. Como se alguém dissesse naquele momento exatamente o que a gente gostaria de dizer. O Twitter acre

NARCISO E OS ESPELHOS SOCIAIS

Diz a lenda que Narciso era um jovem muito belo mas que não se sentia atraído por ninguém. Um dia ao debruçar-se sobre o lago apaixonou-se pela própria imagem. Não conseguiu mais parar de olhar seu reflexo e acabou morrendo assim. Em tempos de mídias sociais multiplicamos nossa imagem em sofisticados espelhos. Nossas fotos  povoam o facebook e instagram, nossos comentários e opiniões espalham-se pelo twitter e outros programas de mensagem instantâneas. Nossos diários ocupam blogs, qualquer vídeo pessoal pode chegar ao youtube ou vimeo e alcançar milhares ou milhões de pessoas. Já compartilhamos álbuns e imagens pessoais mais na web do que na vida real. Como se nos dividíssemos em múltiplas personalidades. O que sobra da identidade original de alguém que a torna pública e cuja vida digital ultrapassa a real? Quem domina o verdadeiro alter ego? Como concorrer com avatares de centenas ou milhares de amigos e relacionamentos que não param de crescer e multiplicar? Corremos o r

Voltando às origens

Nos últimos anos temos visto grandes empresas sumirem do mapa, algumas com décadas de existências ou centenárias, assim como profissões que se extinguem ou então passam por mudanças radicais.  Isso leva a uma grande questão que vale para empresas e profissionais, no que se refere à identidade, valores e proposta de vida. As empresas tem algo a ver com as pessoas e vice-e-versa. Lá no fundo de nós existe uma semente inicial, que é ao mesmo tempo nossa verdade e o motor que nos impulsiona todos os dias. Mas em alguns momentos nos perdemos desta referência. Neste processo podemos simplesmente sair da estrada e demorar para retomar o caminho.  Quando os tempos são acelerados ou após muitas mudanças de curso isto talvez fique ainda mais complicado. O banco do qual sou cliente já mudou de marca três  vezes nos últimos anos e continua no mesmo lugar. Alguns dos funcionários ou gerentes ainda conheço.  Não posso deixar de imaginar e tentar entender em tempos como