O funcionário entra na sala do chefe e diz:
- Não agüento mais essa situação. Quero um aumento, senão vou começar a procurar outro emprego.
Fim do 1° Round, corte.
Essa cena acontece porque apesar de pensar nisso há meses, o funcionário demora a reunir coragem suficiente para enfrentar o chefe, com medo de perder seu emprego.
Pressionado e tenso, ele não sabe bem como argumentar e exigir o que merece, e em geral na hora do confronto acaba levando a pior.
Após a surpresa inicial de um ataque frontal e direto como esse, os chefes acabam levando seus subordinados na conversa, prometendo coisas, pedindo para esperar mais um pouco e fica tudo por isso mesmo.
Próximos Rounds: A repetição.
A rotina volta ao normal e o funcionário perde a motivação, trabalha com menos empenho, fazendo apenas o necessário. É a forma dele revidar. Acaba sendo substituído ou pede para sair.
Nas pequenas empresas estes fatos acontecem com freqüência.
É ali o espaço onde geralmente novos profissionais tem mais oportunidades de mostrar seu talento e evoluir rapidamente, adquirindo experiência real de trabalho.
Mas é onde enfrentam a realidade dos pequenos negócios, sem cultura interna ou estratégia de valorização de funcionários.
Surgem problemas como a alta rotatividade, o trabalho em excesso, horas extras, e também a sobrecarga de funções e responsabilidades.
É comum enfrentar um chefe ou superior que prioriza o lucro, e ficar sujeito a relacionamentos baseados em amizades e não competências.
Quem tem razão, o funcionário ou o chefe?
A empresa pode estar desperdiçando o principal bem de qualquer negócio: pessoas. Salários baixos e rotatividade de mão-de-obra dão lucro a curto prazo. A longo prazo ela pode perder equipe, talentos e diferencial de mercado.
Já o funcionário se pergunta: vale a pena ficar ou sair?
Depende do momento, da carreira e pretensões de cada um, de sua situação financeira e da empresa.
A vida profissional está mais para ringue de boxe do que para mesa de bar.
Até o super campeão Mike Tyson conta que apanhou muito antes de começar a sair batendo nos outros.
Em pequenas ou grandes empresas os adversários vão mudar mas volta e meia você vai se sentir de novo dentro deste ringue.
Na vida e no boxe o que conta para vencer não é só força; é coragem, determinação, muito trabalho e preparação.
@robertotostes
publicado também na PontoMkt